Diariamente um grande volume de resíduos hospitalares são gerados e o tratamento adequado destes tipos de resíduos de serviço de saúde é essencial para reduzir os potenciais riscos inerentes à sua destinação. Em hospitais e clínicas, a manipulação adequada dos resíduos de saúde é parte fundamental da gestão ambiental e é exatamente sobre isso que falaremos no artigo de hoje: Como fazer a separação, coleta e destinação correta dos resíduos de serviço de saúde (RSS).
Resíduos de serviço de saúde: o que são?
Antes de qualquer coisa, precisamos entender o que são os resíduos de serviço de saúde e de acordo com a definição publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os resíduos de serviços de saúde (RSS) ou resíduo hospitalar são todos os descartes produzidos por estabelecimentos de saúde, incluindo hospitais, centros de pesquisa, laboratórios e unidades de atendimento de saúde. As regras para tratamento dos resíduos de saúde estão descritas na Resolução CONAMA 358/05 e nas normas NBR 12807, 12808, 12809 e 12810.
Ou seja, são todos os materiais resultantes de atividades que são exercidas nos serviços relacionados ao atendimento à saúde humana ou animal. Suas características exaltam os tipos de processos diferenciados que deverão ser realizados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final.
Conheça os cinco grupos dos RSS:
Grupo A: Resíduos com possível presença de agentes biológicos (fungos, bactérias e vírus), que podem apresentar risco de infecção. Exemplo: algodão, gaze, espátula, absorvente, cotonete contaminados com materiais biológicos.
Grupo B: Resíduos com substâncias químicas que podem apresentar risco ao meio ambiente ou à saúde de acordo com suas características de inflamabilidade, corrosividade e toxicidade.
Grupo C: Resíduos contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratório de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.
Grupo D: Resíduos que não apresentam risco biológico, que não apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente. Contam com características parecidas com os resíduos domiciliares, podendo ser subdivididos em recicláveis e não recicláveis.
Grupo E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, como agulhas e lâminas de vidro (contaminados ou não).
As etapas da gestão dos resíduos de serviço de saúde
É importante destacar que a forma encontrada para disciplinar a destinação correta dos resíduos de saúde, foi a criação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, conhecido pela sigla PGRSS.
O PGRSS conta com todas as regras necessárias para que o manuseio, acondicionamento, transporte e destinação final siga regras que resguardam a saúde pública. Sendo assim, podemos destacar que trata-se de um documento de caráter técnico que tem como objetivo orientar qual o gerenciamento e destinação mais adequada aos resíduos dos serviços de saúde e a seguir você vai conhecer as etapas da gestão de resíduos.
Segregação, acondicionamento e identificação: Etapa que consiste na separação inicial dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com suas características físicas, químicas, biológicas, seu estado físico e riscos envolvidos. Depois da segregação, os resíduos precisam ser embalados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e sejam resistentes às ações de punctura, ruptura e tombamento, além de serem adequados física e quimicamente ao conteúdo acondicionado.
Sua identificação precisa garantir o reconhecimento dos riscos presentes nos resíduos ali acondicionados de forma clara e legível, em tamanho proporcional aos sacos, colatores e ambientes de armazenamento.
Coleta e transporte interno: O transporte interno dos RSS precisa ser realizado atendendo a rota e horários previamente definidos, em coletor identificado. Sendo assim, o coletor usado para o transporte interno, precisa ser feito de material liso, rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados.
Armazenamento interno, temporário e externo: Aqui estamos falando da guarda do resíduo contendo produto químico ou rejeito radioativo no ambiente de trabalho. O armazenamento externo é a guarda dos coletores de resíduos em ambiente exclusivo, com acesso facilitado para a coleta externa.
O armazenamento temporário é a guarda temporária dos coletores de resíduos em ambientes próximos aos pontos de geração, com o objetivo de agilizar a coleta no interior das instalações e otimizar o deslocamento.
Coleta e transporte externo: Diz respeito à remoção dos resíduos de serviços de saúde do abrigo externo até a unidade de tratamento ou outra destinação, utilizando de técnicas que garantam total preservação das condições de acondicionamento. Os veículos de transporte externo não podem ser dotados de sistema de compactação ou qualquer outro que danifique os sacos contendo RSS (exceto para os presentes no grupo D).
Destinação: Depois de toda coleta, armazenamento e transporte, está na hora da destinação, que inclui a reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação e aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes.
Aqueles que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico, podem ser encaminhados para a reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveitamento energético ou logística reversa.
Por que é tão importante gerenciar da forma correta os resíduos de saúde?
Como se tratam de materiais que apresentam alto risco, sua destinação final é essencial para garantir saúde e bem-estar tanto para toda população como para o meio ambiente. É justamente por conta disso, que as empresas geradoras destes resíduos são fortemente fiscalizadas por órgãos de controle que possuem autonomia para aplicar sanções de diversas ordens, como a ANVISA e os órgãos estaduais e municipais.
Além disso, é importante destacar que uma maneira eficaz de sistematizar e demonstrar a gestão ambiental correta da instituição, é a certificação na ISO 14001. Sendo assim, é importante lembrar que empresas que não realizam o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde da forma correta, podem sofrer diversas penalidades.
Por isso, é essencial contar com uma empresa de assessoria e consultoria para garantir que sua empresa esteja sempre dentro dos conformes.
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