Quando se fala em ISO 55001, muita gente já associa diretamente à gestão de ativos físicos. E está certo. Mas há um ponto estratégico que costuma ficar de fora das conversas: o SAMP — Strategic Asset Management Plan ou, em bom português, Plano Estratégico de Gestão de Ativos.
O SAMP é mais do que um documento técnico. Ele conecta os objetivos organizacionais com a forma como os ativos são gerenciados. E se a sua empresa está buscando reduzir riscos e gerenciar o ciclo de vida dos ativos, o Plano Estratégico de Gestão de Ativos pode (e deve) ser o fio condutor disso tudo.
Então sim, esse artigo vai te mostrar como estruturar o SAMP com inteligência, alinhado à ISO 55001 e com foco no que mais importa: pessoas seguras, ativos eficientes e resultados positivos para o negócio..
SAMP: o que realmente importa no plano
Antes de qualquer coisa, vale reforçar que o SAMP não é um relatório operacional. Ele é estratégico. Ou seja, precisa trazer:
- Objetivos de alto nível da organização (visão de longo prazo);
- Como a gestão de ativos vai contribuir para esses objetivos;
- Critérios para tomada de decisão;
- Conexão com riscos e oportunidades;
- Diretrizes para segurança e conformidade.
E é aqui que entra um diferencial: não adianta olhar só para os ativos físicos. É preciso considerar ativos intangíveis como por ex. conhecimentos do time, contratos com clientes e conhecimento de mercado.
Manutenção como valor dentro do SAMP
Quer que a ISO 55001 funcione de verdade? Então pare de tratar manutenção como correção de falhas e comece a tratá-la como valor estratégico. Isso se traduz em algumas diretrizes claras:
- Integrar manutenção ao gerenciamento de ativos: ativos mal gerenciados geram falhas, perda de produtividade, altos custos e danos a imagem da empresa;
- Adotar um programa sólido de gerenciamento de riscos: não só técnicos, mas também comportamentais e organizacionais;
- Definir critérios de desempenho dos ativos com foco nos objetivos estratégicos: isto irá unir a estratégia aos planos operacionais.
Com isso, o Plano Estratégico de Gestão de Ativos passa a direcionar e buscar o melhor desempenho para os ativos da Organização.
Como estruturar um SAMP eficiente e aplicável
Você não precisa reinventar a roda, mas precisa evitar atalhos perigosos. Aqui vão algumas dicas práticas:
1. Envolva as pessoas certas desde o início
Evite montar o SAMP de forma isolada. A alta liderança deve “puxar” o Plano Estratégico de Gestão de Ativos, com o apoio das áreas operacionais e da manutenção, a partir da lista dos ativos críticos para os processos.
2. Faça do risco um aliado
O seu Plano Estratégico de Gestão de Ativos precisa ser desenvolvido a partir dos riscos relacionados ao ciclo de vida dos ativos, mas também às pessoas que interagem com esses ativos. Um programa de gerenciamento de riscos robusto conecta segurança, ESG, investimentos, custos, operação e qualidade com inteligência.
3. Construa objetivos tangíveis
Evite termos genéricos como “garantir a integridade dos ativos”. Seja específico: “Reduzir falhas críticas em equipamentos da linha de envase em 25% até dezembro de 2026”.
4. Comunique com clareza
Um plano estratégico que ninguém entende ou segue é só papel. O SAMP precisa ser comunicado de forma acessível e revisado regularmente — com metas, responsabilidades e linguagem comum.
5. Inclua o SAMP dentro do planejamento estratégico
O SAMP deve ser aprovado pela alta direção e fazer parte do planejamento estratégico. Os investimentos nos ativos devem seguir as determinações do SAMP.
Quais setores mais se beneficiam da implementação do SAMP?
A gestão de ativos é, inegavelmente, benéfica a todos os setores que lidam com ativos de alto valor e que priorizam o aumento da confiabilidade, disponibilidade de equipamentos, melhores resultados operacionais e financeiros. No entanto, alguns setores se destacam, tais como:
Setor Hidrelétrico: Empreendimentos de grande porte, como hidrelétricas, precisam minimizar falhas e manter o alto desempenho em suas operações, garantindo o valor dos ativos. Neste setor, quaisquer falhas podem gerar desde a perda de lucratividade até prejuízos milionários. Ou seja, a redução de riscos promovida pelo SAMP possui valor incalculável.
Setor Sucroalcooleiro: Em usinas de açúcar, por exemplo, equipamentos como colhedeiras não podem ficar parados e o seu consumo exagerado de diesel afeta diretamente a lucratividade do negócio! Aqui, a gestão de ativos busca garantir a disponibilidade e a produtividade dos ativos, pois qualquer parada de equipamentos significa desperdício de capital, tempo e impacta na operação.
Setor da Saúde: A disponibilidade dos ativos críticos em hospitais é questão de vida ou morte. É necessário garantir que a água, energia, gases e climatização funcionem adequadamente para que os profissionais da saúde atendam com eficiência e com foco seus pacientes. Um plano estratégico de ativos bem formulado e adequadamente implementado é essencial para o bom funcionamento de todas as operações, garantindo assim a disponibilidade dos recursos essenciais.
Como saber se seu SAMP está no caminho certo?
O melhor caminho é fazer um diagnóstico com base na ISO 55001! Os pontos de atenção que devem ser garantidos são::
- SAMP conectado a estratégia da empresa;
- Indicadores de desempenho integrando manutenção, operação e ativos;
- Envolvimento das lideranças;
- SAMP desenvolvido a partir da identificação e avaliação de riscos ;
- Comprometimento de toda a organização, visando a criação de uma cultura organizacional sólida.
Implementar esses pontos pode ser a diferença para uma gestão que realmente entrega valor sustentável ao negócio.
O SAMP como motor da melhoria do desempenho do negócio
No fim do dia, o Plano de Gestão de Ativos não é sobre escrever bonito ou parecer técnico. Ele é sobre fazer sentido na prática — unindo propósito, planejamento e desempenho.
Já vimos empresas que transformaram seus resultados operacionais só porque decidiram integrar de verdade o SAMP à cultura organizacional. Os ativos ficaram mais disponíveis, confiáveis, os acidentes são reduzidos, e os colaboradores começaram a se enxergar como parte estratégica da operação. Isso não veio de um milagre, mas de uma mudança de mentalidade.
E se você sente que sua empresa está pronta para dar esse salto, a Stance pode caminhar junto nesse processo — da estruturação à implementação, com foco em resultados reais.
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