A produtividade agrícola do Brasil está superando a dos países ricos e nos últimos 30 anos, a produção de grãos e a taxa de produtividade dobraram. No acumulado dos últimos 12 meses (2022), houve alta de 29,6% nas exportações e de 15,1% nas importações do agronegócio. Com isso, o saldo da balança comercial do setor aumentou para US$ 142,66 bilhões nesse período.
Por outro lado, o setor vive um momento de pressão na questão ambiental, com as mudanças realizadas no último governo, como por ex. as alterações no processo de liberação de defensivos agrícolas e o desmatamento desenfreado .Neste contexto, os temas ligados ao meio ambiente no setor agrícola se tornam centrais.
Visando minimizar os efeitos do modelo industrial da produção agrícola nas últimas décadas, identificamos esforços objetivos do setor voltados ao atendimento às práticas ESG, preservando os recursos naturais, minimizando os impactos ambientais e investindo na melhoria da sua relação com as partes interessadas (colaboradores, comunidade, etc.). As usinas de açúcar e álcool, por exemplo, têm desenvolvido métodos e processos agrícolas mais adequados à preservação ambiental. No setor sucroalcooleiro, verificamos esforços voltados à gestão ambiental responsável, garantindo-se, no mínimo, o respeito à legislação ambiental vigente.
Empresários do segmento de açúcar e álcool têm investido na melhoria do desempenho ambiental de seus negócios. Segundo eles, a questão ambiental é um a ser fator crítico de sucesso para as organizações, pois:
– Reduz custos através da economia do consumo de recursos e minimização e controle da geração de resíduos;
– Permite acesso a mercados restritos;
– Cria apelo de marketing e melhora a imagem da empresa no mercado;
– Minimiza o risco de multas e processos na justiça;
– Facilita a obtenção de financiamentos em bancos de fomento;
– Reduz custos de seguro.
Visando a melhoria do desempenho ambiental da cultura de cana-de-açúcar, o setor tem investido na implementação dos conceitos:
Agricultura Orgânica
De acordo com as suas Diretrizes para a Produção, Processamento, Rotulagem e Comercialização dos Alimentos Produzidos Organicamente, “Agricultura Orgânica é um sistema holístico de gerenciamento da produção que promove e incrementa a saúde do agro-ecossistema, incluindo a biodiversidade, ciclos biológicos e a atividade biológica do solo. Enfatizando o uso das práticas de gestão preferencialmente à utilização de práticas alheias à exploração, ela leva em conta que as condições regionais exigem sistemas adaptados localmente. Isto é conseguido por meio da utilização, sempre que possível, de métodos culturais, biológicos e mecânicos, contrapondo-se ao uso dos materiais sintéticos, a fim de preencher toda e qualquer função dentro do sistema.” (Comissão Codex Alimentarius do Programa conjunto FAO/WHO de Normas Alimentares).
ISO 14001 e a Gestão Ambiental no setor agrícola
A ISO 14001, norma que estabelece um modelo de Sistema de Gestão Ambiental, determina que a organização tenha controle sobre sua interação com o meio ambiente e sobre a geração dos impactos ambientais significativos, reais ou potenciais. A ISO 14001 exige o compromisso da organização com a melhoria contínua e com o atendimento à legislação, mas não estabelece requisitos absolutos para o seu desempenho ambiental.
A implementação da ISO 14001 na cultura de cana-de-açúcar gera o desenvolvimento de rotinas de controle dos aspectos ambientais, visando o atendimento legal e a minimização e/ou eliminação de potenciais impactos ambientais importantes. Sendo assim, a Usina que possui um Sistema de Gestão Ambiental segundo a ISO 14001, não tem a necessidade de eliminar o uso de fertilizantes químicos e defensivos agrícolas, manutenções e abastecimento de equipamentos no campo e outras diversas rotinas que numa primeira análise poderiam indicar falta de comprometimento da organização com a questão ambiental. Na realidade, a Usina que possui a ISO 14001 utiliza controles operacionais e monitoramentos que permitem a execução segura destas atividades, com atendimento aos requisitos legais vigentes.
Alguns exemplos desta relação monitorada com o meio ambiente são:
Áreas de Preservação: O respeito às áreas de preservação é condição fundamental para a implementação da ISO 14001 na área agrícola. O Código Florestal estabelece os tipos de locais a serem considerados áreas de preservação permanente, com por exemplo margens de rios e córregos.
Defensivos Agrícolas: O uso de defensivos agrícolas deve ser continuamente monitorado, em função da questão ambiental e também do impacto à saúde do trabalhador. A gestão ambiental no setor agrícola, quando feita de forma adequada, deve prever o planejamento das rotinas de seleção, armazenamento, transporte, preparo, aplicação do defensivo e lavagem e destinação de suas embalagens.
A seleção do defensivo agrícola deve ter como critérios sua adequação ao uso e o menor grau de impacto possível ao meio ambiente e a saúde do trabalhador. Todo o produto utilizado deve possuir registro no Ministério da Agricultura.O manuseio do defensivo deve ser feito em local adequado, se possível com contenções. Todo o pessoal envolvido nesses processos deve ser devidamente qualificado conforme a NR-31 e estar consciente dos potenciais impactos ambientais de suas atividades. Os colaboradores envolvidos no manuseio e aplicação de defensivos devem conhecer as rotinas de combate a vazamentos de defensivos e ter disponíveis kits e fichas de emergência adequados a este tipo de vazamento. Os veículos que transportam defensivos devem estar adequados à legislação e normas para transporte de produtos perigosos, possuindo sinalizações adequadas e motoristas devidamente capacitados.
A aplicação dos defensivos deve ser realizada conforme o receituário agronômico e em locais e na dosagem adequados para que se evitem arrastes do produto para corpos d’água e contaminação do solo. A manipulação das embalagens também deve ser monitorada pela empresa, sendo que as mesmas devem receber a tríplice lavagem, a água contaminada deve ser enviada à lavoura e as embalagens destinadas para postos de recolhimento devidamente licenciados.
Manutenções e Abastecimentos na Lavoura: As manutenções e abastecimentos dos veículos na lavoura também representam um potencial impacto ambiental à organização que possui um Sistema de Gestão Ambiental, em função do alto risco de uma situação de emergência. Os abastecimentos de óleo diesel, óleo hidráulico e a troca de óleos lubrificantes devem ser feitos em locais que tenham solo protegido contra vazamentos. Os kits e fichas de emergência também devem estar disponíveis no local, bem como pessoal habilitado para combater os princípios de vazamentos.
A manutenção corretiva e preventiva de veículos na lavoura também pode gerar impactos ambientais, principalmente em função da troca de componentes dos equipamentos e uso de graxas e óleos de lubrificação. O uso de estopas e panos de limpeza também representa potencial de risco para o meio ambiente, e as empresas com um sistema de gestão ambiental no setor agrícola devem garantir o seu recolhimento.
Estes exemplos descrevem melhorias que normalmente são implementadas por empresas do setor agrícola que tem relação positiva com o meio ambiente. Contudo, este é somente o primeiro passo! Segundo a ISO 14001, a empresa deve melhorar continuamente, procurando utilizar a melhor tecnologia disponível, dentro das suas possibilidades de investimentos, visando a evolução de seu desempenho ambiental.
Créditos de Carbono: Dentre os aspectos ambientais identificados no setor sucroalcooleiro, destaca-se, a emissão de gases de efeito estufa. Em função da demanda mundial pela redução do aquecimento global e das emissões de carbono, as usinas de açúcar vem desenvolvendo tecnologias para redução do consumo de combustíveis fósseis e a mudança da matriz energética para uma energia limpa, inclusive, o setor se tornou um dos líderes na geração de energia a partir do bagaço de cana, criando uma nova fonte energética e de faturamento.
Gestão de Energia: Aliada à substituição das fontes de energia não renováveis, as usinas de açúcar e álcool vem implementando a norma ISO 50001, que garante uma gestão de energia eficaz e sistematizada. Com isso, o setor vem investindo no fechamento dos seus circuitos industriais, visando reduzir a perda de calor e garantindo o reaproveitando do vapor dos processos.
São Martinho S.A. certifica a planta de Pradópolis – SP
A unidade de Pradópolis do Grupo São Martinho, maior usina de cana-de-açúcar do mundo, acabou de receber a certificação da ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. Com a assessoria da Stance, a implementação da ISO 14001 durou 11 meses e associou diversas iniciativas ambientais inovadoras da São Martinho S.A que tem como plano implementar a ISO 14001 em todas as unidades (A Stance já havia dado apoio na certificação das outras 2 unidades – Santa Cruz e Iracema).
Gestão ambiental no Setor Agrícola é com a STANCE!
Quando se trata de implementar um Sistema de Gestão Ambiental no Setor Agrícola, é essencial que você conte com uma empresa especializada no assunto e nisso, a Stance pode te ajudar.
Somos uma empresa especializada na implementação dos requisitos ESG e das normas ISO voltadas para a sustentabilidade. Por isso, se você quer garantir que sua empresa conte com uma gestão ambiental capaz de ser um diferencial competitivo, voltada para o bem-estar do meio ambiente e da sociedade, conte com a Stance.
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